Um Pouco de História...

As Origens

Bracaros, outro nome atribuido aos galo-celtas, era o nome do povo que se presume terem fundado a povoação, cuja origem remonta aos tempos pré-históricos. Daí derivou o nome actual da cidade, Braga, e dos habitantes, bracarenses. O ínicio da cidade terá sido uma citânia no alto do monte, circundada por castros que se destinavam à sua protecção.

A povoação que deu origem a Braga foi conquistada pelos romanos em 250 a.C.. Sendo o centro de toda a região conquistada por este povo, região essa que incluía o actual Minho e a Galiza, em Espanha, é claro que era importante o seu desenvolvimento. Foi assim que fundaram ali, na base da serra de Falperra, uma cidade a que deram o nome de Bracara. Dedicada ao imperador Augusto, foi por isso denominada de Bracara Augusta. Tornou-se a capital de toda esta região, a Galécia, sendo construidas, com início em Bracara Augusta, cinco conhecidas vias romanas: para Scallabis (Santarém), Olísipo (Lisboa) e Emerita Augusta (Mérida, em Espanha); para Astúrica (Astorga), pelo Gerês; também para Astúrica, por Aquae Flaviae (Chaves); igualmente para Astúrica, por Tude (Tui, Espanha); a última por Aquis Baenis (Caminha), à beira-mar. Rapidamente os romanos se encarregaram do seu desenvolvimento. O domínio romano sobre Bracara Augusta, durou cerca de 400 anos.

Foi conquistada pelos povos suevos, em 419, que a tornaram na sua capital política e intelectual. Foi reconquistada mais tarde pelos visigodos, em 456, que mais uma vez se encarregaram de a fazer desenvolver, chegando a tornar-se no centro da cultura cristã, mas perdendo grande parte da sua importância política. É desta época, do séc. IV, o bispo S. Martinho de Dume, um dos mais importantes cristianizadores do Ocidente. Existem diversas moedas visigóticas cunhadas em Bracara, de alguns reis daquele povo.

Quando, em 715 d.C., caíu sob o poder dos árabes, iniciou a sua decaída e destruição, sendo quase abandonada. Perdeu nesta altura grande parte da sua importância.

A Reconquista Cristã

Foi finalmente reconquistada, a partir de 740 d.C, pelo rei de Oviedo, D. Afonso o “Católico”, depois do qual reiniciou a recuperação da sua importância perdida e do seu desenvolvimento. Reconstruida num local um pouco afastado da origem, foi, desde esta altura, desenvolvida principalmente pela Igreja, sendo seus principais senhores os bispos e arcebispos, de onde lhe valeu o título de “Cidade dos arcebispos”. Estes encarregaram-se do seu desenvolvimento espiritual e material. Gradualmente foram sendo construídos diversos monumentos, que hoje podem ser admirados por toda a cidade.

Em 985 dá-se nova mudança e de novo caíu sob o poder dos árabes, quando foi reconquistada pelo califa de Córdova, Almançor. Mas este novo poder não durou muito tempo, porque foi reconquistada pelo rei de Leão D. Afonso III e cedida como dote por D. Afonso IV de Leão a sua filha D. Teresa quando esta casou com D. Henrique de Borgonha.

Os condes D. Henrique e D. Teresa fundaram, no final do séc. XI, a Sé Catedral, que foi elevada a arquiepiscopal. Pouco mais tarde doaram o couto de Braga ao arcebispo D. Maurício e aos seus sucessores.

O cristianismo fez florescer a sua cultura, tendo tomado o título de "Roma Portuguesa".

D. Gonçalo Pereira, avô de D. Nuno Álvares Pereira, fez construir a cidadela em torno da Torre de Menagem, no séc. XIV. A fortificação foi complementada por D. Lourenço, companheiro do Mestre de Avis.

No início do séc. XVI, D. Diogo de Sousa, destacado pelo para Júlio II para o arcebispado de Braga, fez desenvolver a              povoação, que até aí se comprimia numa pequena parte do recinto amuralhado. Conseguiu o seu desenvolvimento e melhoramento, construiu diversas ruas dentro e fora das muralhas onde abriu algumas portas. Foi também quem se encarregou de fundar o Hospital de S. Marcos. Desenvolveu, de igual modo, a cultura, criando os “Estudos”.

Com a obra de D. Diogo de Sousa, Braga acabou por se tornar num centro intelectaul e de arte.

Outros arcebispos sucessores de D. Diogo encarregaram-se de construir outros mosteiros, entre eles o Santuário do Bom-Jesus, as igrejas de Santa Cruz e dos Terceiros, entre outros.

Alguns destes monumentos foram posteriormente demolidos ou modificados por D. Gaspar de Bragança, no séc. XVIII, ou ainda substituidos por outros edifícios sem características.

Em 1809, a segunda invasão francesa encarregou-se de saquear Braga e continuar a sua destruição.

Terminadas as lutas liberais, finalmente a cidade inicia a sua reconstrução e desenvolvimento e ainda adaptação à vida moderna. Para a construção de ruas e edifrícios, outros monumentos históricos foram sendo destruídos.

Algumas famílias nobres fizeram construir os seus solares fora das muralhas. Instalaram-se diversas indústrias caseiras, entre elas os chapéus e os pregos de ferro forjado, que criaram bairros nos arredores da cidade.

O Século XX

No século corrente, depois de vários séculos de desenvolvimento sobretudo espiritual, a cidade foi-se desenvolvendo mais a nível comercial e industrial. Após a implantação da República, em 1910, novamente iniciaram as tentativas de modernização da cidade, mas desta vez mantendo as suas características antigas.

Foi elevada a cidade em 11 de Agosto de 1927.

Braga é actualmente o centro do Minho, o centro para onde convergem todas as estradas. Fica a pouca distância do Porto e do extremo norte do Minho e de Portugal, de Monção e da fronteira espanhola. É o ponto obrigatório de passagem para quem se dirige ao Parque Nacional da Peneda-Gerês. Devido à sua localização central, Braga é o centro para quem se dirige em turismo a todo o Minho.

É uma cidade moderna, onde se nota, contudo, os vestígios da sua antiguidade.

Ruínas romanas de Bracara Augusta (Braga): a cidade de Bracara Augusta foi fundada pelo Imperador Augusto entre o ano 3 A.C. e o ano 4 da nossa era, vindo a tornar-se capital da província da Gallaecia, no séc. III.
No séc. IV, após a conversão ao Cristianismo, Bracara Augusta torna-se sede de Bispado. Posteriormente, foi ocupada pelos Sevos e Visigodos ( séc. IV) e pelos Árabes ( séc.VI). O Projecto de Salvamento de Bracara Augusta teve início na década 70 com o objectivo de conhecer melhor as diferentes fases da história da cidade bem como preservar os testemunhos arqueológicos ainda existentes.

Santuário do Bom Jesus do Monte (Braga): o Santuário de Bom Jesus do Monte é considerado um dos mais bonitos de Portugal. Este santuário, uma obra de Carlos Amarante, evoca o amor a Deus e encontra-se rodeado de esplêndidos jardins. Para lá chegar tem duas opções: ou apanha o elevador ou sobe os extraordinários 17 lanços de escadas, que divergem e convergem ao lado de vasos, estátuas e fontes realmente impressionantes.
As capelas que ladeiam o pátio evocam os temas bíblicos da Assunção, da Aparição da Madalena e do Encontro de Emaús, separadas por fontes dedicadas aos quatro evangelistas: S. Marcos, S. Lucas, S. João e S. Mateus.

Igreja de Santa Cruz (Braga):
construída no século XVIII, a igreja de Santa Cruz é do estilo barroco maneirista. No interior, destacam-se a talha dourada, a nave muito alta formada por uma abóbada de pedra esquartelada, bem como o órgão e os púlpitos.

Sé Catedral (Braga): dentro da cidade de Braga, bem no Centro Histórico, encontra-se a Sé Catedral e o seu tesouro, verdadeiras relíquias bracarenses. Este espantoso monumento, construído sob os estilos gótico, renascentista e barroco, foi fundado em 1070, destacando-se o ornamentado telhado, concebido por João de Castilho, o arquitecto do Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa.
Outro ponto de referência na Sé Catedral são os 12 painéis de cerâmica, concebidos pelo professor Álvaro Rocha, que espelham as Estações da Cruz e que se situam por trás do altar-mor.

 

 

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