UMA VIAGEM PARA VER AS BORBOLETAS MONARCA
Por: Victor “Hunter”
da série “Viagens por México”
Capítulo - IV
Continuámos a baixar e então o caminho transformou-se num pequeno e estreito sendeiro, entre as plantas, e começamos a subir um pouco até ao lugar onde descansavam as borboletas Monarcas.
Quando chegámos, ficamos maravilhados pela quantidade de lepidópteros, que existiam naquele lugar.
Estavam todas as borboletas juntas.
Que maravilha que a Natureza nos mostrava naquele momento.
Há pessoas que vêm isto como uma “coisa natural”, eu não. Vi-a este belo espectáculo, pensando no esforço que fizeram estes animaizinhos para chegar até aqui, para poder procriar, num lugar que ainda que seja frio, não é frígido como o Canadá, onde as fêmeas terão que voltar em Março, sim, porque os machos depois de acasalar-se morrem e somente regressam ao Canadá e ao Norte dos Estados Unidos, as fêmeas e machos jovens.
A razão da sua imigração radica em que a maduração sexual somente será alcançada com o calor primaveril, para o lograr, necessitam de hibernar onde a temperatura as mantenha aletargadas, para que uma vez chegado o calor primaveril se reproduzam, para depois, pouco a pouco, empreender o seu regresso até ao Norte e concluir assim o seu ciclo de vida.
A vida da borboleta Monarca, começa numa planta chamada asclépia, onde os ovos são depositados e ao cabo de um período que dura entre 4 a 12 dias, imerge uma lagarta, a qual se alimenta dessa mesma planta onde nasceu. Mais tarde sofrerá a metamorfose para transformar-se numa maravilhosa e brilhante Monarca, que aqui regressará no próximo Inverno. Pensar na resistência que têm estes insectos, para poder voar até aqui. O ciclo normal de uma borboleta, que não seja a Monarca é de 24 dias, a Monarca vive 9 meses, o que é 12 vezes mais que qualquer das borboletas comuns.
Ao realizar a impressionante viagem de mais de 4.000 kms, a Monarca alimenta-se pelo caminho de umas plantas chamadas língua de vaca (asclépsias), ou algodãozinho (algodoncillo), que contêm um alcalóide venenoso para outras espécies, mas que para a Monarca significa uma protecção, já que ao assimilar os venenos cardíacos, produzidos pela dita planta, lhe dá um sabor e um cheiro desagradável, assim como a provêem de pigmentos corantes; por sua vez a planta beneficia-se, visto que a polinização é efectuada pela borboleta numa extensíssima área.
Comecei a tirar fotografias a torto e a direito. Via os “cachos” de borboletas por todos os lados e então esperei sentado num tronco caído. Esperei mais de três horas para que o sol saísse um momento, para ver as Monarcas revolutearem entre os oyamels.
Houve um momento que começaram a voar; que maravilha ver milhões delas voar de árvore para árvore. Mais fotos, até que já pensei que era tempo de abandonar o santuário e começar a subir o caminho em direcção ao lugar onde tínhamos deixado os cavalos.
....continua...