CARTAS DA BEIRA DO INDICO (12) (2ª Parte) FÉRIAS NA SWAZILANDIA TRÊS DIAS EMOCIONANTES NA RESERVA DE MKHAIA Neste primeiro dia fomos levados pelas sinuosas picadas da zona sul da Reserva e tivemos oportunidade de ver muitos animais, com destaque para elefantes, búfalos, girafas, zebras, elandes, impalas, inhalas, facoceros, rinocerontes, palapalas, hipopotamos, crocodilos, pequenos antílopes e muitas aves. A vegetação é variada e como decorre a época de chuvas, tanto o capim como as árvores e arbustos estão exuberantes nos seus vários tons verdes que arregalam a vista. Um grupo de Zebras não esperou muito pelas fotos! Os animais avistados, não sendo ariscos, também não pareciam aqueles molengões e pachorrentos irmãos de espécie a que nos habituamos no Kruger Park e algumas reservas vizinhas. Os elefantes e os rinocerontes, embora deixassem aproximar, não ficavam muito contentes quando nos demorávamos a admirá-los e a fotografar e logo nos intimidavam com investidas na direcção do jipe obrigando o Joseph, bem conhecedor do ofício, a retirar-se com a ligeireza aconselhável. As elegantes palapalas estão em franca recuperação em Mkhala O segundo dia foi recheado de emoções fortes já que o nosso guia exagerou nas aproximações àqueles corpulentos paquidermes, nomeadamente dos elefantes. O programa começou pelas 7 horas, após um ligeiro chá com bolos tomado na cabana. Pelas nove horas voltamos ao acampamento para aquela que é a mais apetecida refeição do dia, o buffet breakfast, servida sob a copa de uma magestosa “árvore das salsichas”, aquela que em Moçambique chamamos de “árvore da fruta pão”. Não tão opulento e diversificado como o mata-bicho servido no Lugogo Sun, mas nem por isso esta refeição deixou de nos impressionar, quer pela variedade de comidas, quer pela sua qualidade que igualmente apreciamos. Após um breve repouso partimos para a segunda incursão do dia, pelas onze horas, que se prolongou por duas horas e incluiu um percurso a pé seguindo os trilhos dos animais. Para este safari apeado apenas três do nosso grupo (eu, a neta mais velha e o meu genro) se dispuseram a participar. Com as duas senhoras parceiras dos “drives safaris” lá seguimos em fila indiana com o Joseph na frente. O guia, agora transportando uma arma de caça ao ombro, levou-nos a ver, de perto, alguns animais não perigosos, como girafas, zebras e palapalas, mas também se aproximou, com os cuidados aconselháveis, de dois rinocerontes (brancos), senhores de poucos amigos e que abalaram logo lhes chegou o odor humano às narinas. Estivemos a uma distância de cerca de trinta metros destes corpulentos animais e naturalmente que os elementos do grupo que nunca haviam vivido semelhante experiência sentiram arrepios na espinha! Mal nos pressentiram, deram meia volta e partiram. Que alívio para o elenco feminino!... Após o almoço, iniciado às duas da tarde, todos caíram na cama para uma sesta repousante que foi o merecido prémio da canseira do safari apeado, mas pelas quatro horas já estávamos de novo sentados nos bancos do jipão para uma nova e programada incursão pelo interior da Reserva. Pela direcção que o Joseph seguiu, notamos ser uma zona diferente das visitadas anteriormente e que estava menos povoada de animais. Todavia, ele reservava-nos um programa algo diferente, conforme fomos observando pelos contactos que fazia através do Walk-Talk com um colega guia, igualmente ocupado noutro “drive-safari”. Ambos congregaram esforços em busca de um grupo de elefantes, que naturalmente conhecem bem e que proporcionam aos turistas momentos de emoção inesquecíveis. Assim aconteceu e rapidamente avistamos os majestosos paquidermes, tranquilamente ocupados na comezaina em que sempre se encontram pois são animais que ingerem cerca de 200 Kgs de folhas e capim por dia, ocupando nessa operação à volta de dezoito horas. Duas fêmeas do grupo de elefantes que mais nos impressionou! Separados do grupo dos mais velhos, três jovens elefantes, rondando os 4 a 5 anos de idade, ocupavam-se num ritual que é muito raro observar. Entretinham-se a exercitar o acto sexual, trocando cada um de parceiro à medida que o que ficava por baixo se libertava e colocava as patas dianteiras sobre o dorso de um dos parceiros. Esta cena prolongou-se para cerca de trinta minutos e só terminou quando uma cria mais novinha se envolveu com os três manos mais velhos em atitudes idênticas mas que não foram do agrado da mãe. Dois jovens elefantes no ritual de iniciação sexual, uma cena raramente observada |